Bolsonaro volta a falar em privatização da Petrobras; trabalhadores preparam greve

FUP realiza assembleias setoriais com sindicatos petroleiros para discutir indicativo de greve diante da ameaça de privatização da estatal. “Não vamos aceitar de forma alguma calados esse projeto de privatização", disse o coordenador dos petroleiros


quinta-feira outubro 28, 2021

O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar nesta quarta-feira (27) em privatização da Petrobras. Em entrevista à Jovem Pan News, disse que a estatal “só dá dor de cabeça”, em função da escalada dos preços dos combustíveis. Após o presidente dizer no início da semana que a venda da companhia havia “entrado no radar”, o governo estaria preparando um projeto de lei para permitir que a União comece a se desfazer das ações da companhia de forma a perder o controle acionário sobre a empresa.

Diante disso, os petroleiros começam a se movimentar contra a ameaça de privatização. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), os sindicatos realizam, a partir desta semana, assembleias setoriais para discutir indicativo de greve, caso o dito projeto de lei comece a tramitar no Congresso Nacional.
 
Estas mobilizações devem ocorrer até 12 de novembro. Na sequência, o Conselho Deliberativo da Federação e os sindicatos da base devem avaliar as propostas discutidas nas assembleias.

Legado sob ataque
Em nota, a FUP afirma que o legado de gerações de trabalhadores da Petrobras está “sob ataque“. E convoca petroleiros da ativa e aposentados a se somarem à luta contra a privatização.
 
“A categoria petroleira sempre esteve na vanguarda da luta para que a Petrobrás cumpra o seu papel público e social, garantindo o abastecimento da população, com preços justos, e o desenvolvimento nacional, com geração de empregos e riquezas para o povo brasileiro”, diz a nota.

Os petroleiros dizem, ainda, que se não fosse a resistência da categoria, o processo de privatização da empresa estaria ainda mais avançado. De acordo com o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, os petroleiros vão “responder à altura” e “a luta vai ser grande”.

“Não vamos aceitar de forma alguma calados esse projeto de privatização. A maior empresa do Brasil e da América Latina está sendo esquartejada por esse mesmo governo que beija a mão daqueles que lucram com o desmonte da Petrobrás, enquanto o povo paga preços exorbitantes para os combustíveis”, afirmou. (Fonte: RBA)