Metalúrgicos do ABC conseguem reajuste pela inflação. Parte das empresas terá greve

Oito sindicatos patronais concordaram em pagar 10,42% de uma só vez, enquanto outros quiseram parcelar ou não apresentaram proposta


terça-feira setembro 28, 2021

Em campanha salarial ao lado de outros sindicatos da categoria no estado, com data-base em 1º de setembro, os metalúrgicos do ABC aprovaram acordo que garante reajuste pela inflação (INPC) para parte dos grupos econômicos. Oito bancadas patronais concordaram com aumento de 10,42%, em uma parcela, equivalente à variação da inflação em 12 meses, até agosto. Segundo o sindicato do ABC, grupos que propuseram parcelamento ou não apresentaram proposta receberão aviso de greve nesta terça-feira (28).

O acordo foi aprovado em assembleia geral na última sexta (24), em Diadema. Concordaram com o reajuste integral os setores de trefilação, esquadrias, refrigeração/aquecimento de ar, fundição, funilaria/pintura, condutores elétricos, artefatos de ferro e metais e autopeças, forjaria e parafusos. Nos três últimos casos, o reajuste chegou a 10,5%. Além disso, as convenções coletivas serão renovadas.

Quanto aos grupos que não fecharam acordo, os metalúrgicos citam o G10 (lâmpadas e outros setores) e o G2 (máquinas). O primeiro não faz acordo com a FEM-CUT (federação estadual) há cinco anos. Já o outro bloco propôs parcelamento em três vezes.

Mais cláusulas sociais

Segundo o secretário-geral da federação, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, a princípio boa parte da representação empresarial resistiu ao reajuste pelo INPC, alegando surpresa com o patamar elevado da inflação medida pelo IBGE. Ele afirmou que um dos objetivos é buscar novas cláusulas sociais, particularmente quanto à nacionalização de componentes, máquinas e equipamentos, além de investimento em tecnologia.

No caso dos metalúrgicos do ABC, a campanha envolve 45 mil trabalhadores. Outros 22 mil estão em montadoras, que têm negociação à parte. (Fonte: RBA)