Pandemia e a reestruturação nos bancos aprofundam a exploração e doenças do trabalho

Mais do que nunca, este é um tema central da campanha nacional da categoria


segunda-feira agosto 16, 2021

Sempre demos atenção especial à saúde e às condições de trabalho, mas com a pandemia mais ainda. A pandemia e a reestruturação nos bancos aprofundaram a exploração, com unidades de negócios, home office, teletrabalho, e todo este processo de mudanças que acontece no contexto de um governo hostil aos trabalhadores, o que nos traz grandes desafios.

Metas adoecem
Às metas que adoecem os trabalhadores é ainda mais cruel diante da crise sanitária da Covid-19.

As metas abusivas continuam a todo a vapor durante a pandemia e as LER/Dorts cresceram com o home office improvisado, que foi necessário para proteger as vidas, mas o bancário trabalha, muitas vezes, com o notebook no colo, na mesa de refeições, elevando as doenças ocupacionais físicas e os problemas psíquicos, situação agravada pela pandemia. O ‘mecanismo adoecedor’, que já existia, se aprofundou com metas ainda mais abusivas e cobradas de formas cada vez mais duras,

Além do medo do assédio, das metas e das demissões, o trabalhador convive também com o medo do vírus e da morte, o que agrava os problemas de saúde dos funcionários.

A concorrência dos bancos com as fintechs e plataformas digitais foi apontado como mais um agravante na saúde dos bancários, pois elevou a cobrança por melhores resultados, afetando a saúde física e psíquica da categoria, cada vez mais frágil.

Direitos na doença ocupacional
Pioraram os serviços médicos dos bancos que dificultam o atendimento e muitos profissionais trabalham para negar as doenças ocupacionais e os benefícios do INSS para os empregados.

Importância dos sindicatos
Os avanços conseguidos pelo movimento sindical desde a decretação da pandemia pela OMS (Organização Mundial de Saúde), em março de 2020 são de extrema importância, o movimento sindical se concentrou na proteção à vida e na aplicabilidade dos protocolos de prevenção à Covid-19. Conseguimos garantir que mais da metade da categoria ficasse em home office, um distanciamento necessário, garantimos a redução do horário de atendimento nos bancos , o revezamento nas unidades físicas e o afastamento dos funcionários contaminados.

Situação é ainda crítica
As condições ainda são críticas e o Rio de Janeiro já é um dos epicentros da variante Delta. Ainda temos no país, mil mortes diárias, a vacinação é lenta e desigual. Segundo especialistas da Fiocruz a lentidão na imunização faz com que tenha de haver pelo menos 80% de imunização completa na população e só temos 23%. E, mesmo com a vacina, que reduz a gravidade e o risco de morte, pode haver o adoecimento. Por isso, é preciso manter os cuidados e as medidas de proteção.

Sequelas preocupam
Outra preocupação apontada pelo dirigente são as sequelas da Covid-19. Estudos comprovam que mesmo com sintomas leves, o vírus deixa sequelas, especialmente problemas neurológicos, cardíacos e de memória. Muitos bancários estão voltando às agências com sequelas, impactando na saúde e no desempenho da atividade profissional. A situação se agrava em função das metas, com ameaças de descomissionamento e demissões. Os bancos têm de ter responsabilidade, realizar exames para o retorno e verificar se o empregado tem condições de voltar, além de garantir toda a assistência aos funcionários, os direitos previdenciários e trabalhistas e ao tratamento, pois muitas vezes os planos de saúde não cobrem por que são procedimentos caros.

A saúde escancara a exploração e possibilita a criação da consciência crítica no trabalhador. (Fonte: Seeb Rio)