CEE Caixa cobra medidas para combater o adoecimento dos bancários


sexta-feira julho 29, 2022

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e a direção da Caixa se reuniram nesta quarta-feira (27/7), para a terceira rodada de negociação específica da campanha nacional 2022. No encontro, a CEE reivindicou a retomada do GT Saúde do Trabalhador, propostas para melhoria das condições de trabalho no banco e prevenção do adoecimento mental. O banco se comprometeu a avaliar as propostas para incluí-las no novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Com dados, os representantes dos bancários mostraram que o modelo de gestão da empresa está levando ao adoecimento dos empregados. Uma pesquisa realizada pela Fenae aponta que o adoecimento mental é o principal motivo de afastamento dos trabalhadores da ativa, tendo a depressão (33%), ansiedade (26%), síndrome de burnout (13%) e síndrome do pânico (11%) como motivadores de afastamento do trabalho.

A pesquisa mostra ainda que 66% dos empregados já testemunharam assédio moral no trabalho e 56% já sofreram assédio moral; 62% sentem, sempre ou frequentemente, muita pressão no trabalho e 51% se sentem, sempre ou frequentemente, ansiosos no trabalho. Além disso, para 47%, o trabalho afeta negativamente a saúde e 65% possuem colegas que estão passando por depressão, angústia ou pânico causados no ambiente de trabalho.

Após a apresentação, os representantes da empresa na mesa de negociação argumentaram que ações estão sendo realizadas para melhorar a qualidade de vida dos empregados. As medidas foram consideradas insuficientes pelas representações dos trabalhadores, que reivindicaram a inclusão das entidades na elaboração dos programas implementados pelo banco, conforme prevê o ACT em vigor.

Outros temas

Durante o debate sobre saúde do trabalhador, que durou quase três horas, a CEE questionou sobre as condições de trabalho dos PCDs. Segundo a comissão, os mais de 4 mil trabalhadores enfrentam problemas, que dificultam sua atuação. A Caixa concordou em realizar uma mesa específica para debater as questões relacionadas aos PCDs.

Foi cobrada também a realização das semanas de prevenção de acidentes de trabalho (Sipat). A Caixa informou que não realizou a Sipat nos dois últimos anos por conta da pandemia e assumiu o compromisso de retomar no segundo semestre. Um dos temas será saúde emocional.

Outra demanda apresentada pelos representantes dos empregados foi a revisão do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Para os membros da CEE, a avaliação da saúde do trabalhador precisa ser ampliada para identificar problemas de saúde físicos e mentais.

Como não deu tempo de discutir todos os temas, uma nova reunião foi marcada para a próxima terça-feira (2/8), para debater condições de trabalho dos PCDs e Saúde Caixa. O banco prometeu ainda estudar a retomada do GT Saúde do Trabalhador.

Para os representantes dos trabalhadores, as negociações desta quarta foram positivas, mas não apresentou nenhum avanço. Está na hora da Caixa começar a responder o que pretende colocar no Acordo Coletivo de Trabalho. Precisamos de respostas mais concretas, principalmente nas questões que envolvem a saúde.

Fonte: Movimento Sindical