Energia, combustíveis e alimentos provocam maior alta do IPCA-15 dos últimos 20 anos

Prévia da inflação medida pelo IBGE registrou elevação de 9,30% nos preços em 12 meses. Luz, combustíveis e alimentos registraram puxaram alta dos preços em agosto


sexta-feira agosto 27, 2021

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta 0,89% em agosto, de acordo com dados divulgados nesta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (25). Trata-se da maior variação para o mês desde 2002, quando o índice foi de 1,00%. De janeiro a agosto, a inflação medida pela IPCA-15 acumulou alta de 5,81%. Nos últimos doze meses, a elevação é de 9,30%. No mês passado, a prévia da inflação teve alta 0,83%.

Dentre os fatores que mais contribuíram para a escalada dos preços, destaque para energia elétrica (5,00%), combustíveis (2,02%) e alimentos (1,02%).

Nesse sentido, a alta na conta de luz representou impacto de 0,23 ponto percentual no índice geral. E se deu em função da aplicação da bandeira vermelha 2, que entrou em vigor no mês passado. A partir de 1º de julho, houve reajuste de 52% no valor adicional dessa bandeira tarifária, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh. Antes, o acréscimo era de R$ 6,243. Além disso, também houve reajuste na tarifa em diversas praças, como São Paulo (11,38%), Curitiba ( 8,97%) e Porto Alegre (9,08%).

Além da energia elétrica, no grupo Habitação – que registrou alta de 1,97% em agosto – os preços do gás de botijão (3,79%) e do gás encanado (0,73%) também influenciaram os aumentos.

Transportes
No grupo dos Transportes (1,11%), a principal contribuição (0,12 ponto percentual) veio da gasolina (2,05%). Em função da política de Preço de Paridade Internacional (PPI) adotada pela Petrobras, a variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 39,52%. Além disso, os preços do etanol (2,19%) e do óleo diesel (1,37%) também subiram. O gás veicular foi o único item dos combustíveis que registrou queda (-0,51%.)

Os transportes públicos registraram queda (-0,94%), em função da redução de 10,90% nas passagens aéreas, que haviam subido 35,64% em julho. No entanto, o ônibus urbano subiu 0,24%. A leve alta nacional foi puxada pelos reajustes da tarifa dos transportes municipal (3,23%) e intermunicipal (4,83%) em Porto Alegre.

Os pedágios também subiram (2,93%). As maiores altas foram em São Paulo (3,70%) e em Curitiba (1,01%), com reajustes que passaram a vigorar a partir de 1º de julho. Em Porto Alegre, houve redução de 10,00% em algumas praças de pedágio, a partir de 5 de agosto.

Comida
De acordo com o IPCA-15, o item alimentação no domicílio acelerou 1,29% em agosto, ante alta de 0,47% em julho. A maior alta foi registrada no preço do tomate (16,06%). Frango em pedaços (4,48%), frutas (2,07%) e o leite longa vida (2,07%) também subiram. Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-6,46%) , do feijão-preto (-4,04%) do arroz (-2,39%) e do feijão-carioca (-1,52%).

Na alimentação fora do domicílio (0,35%), o movimento foi inverso, influenciado pela desaceleração da refeição (0,10%), que havia registrado alta de 0,53% em junho. Fora do domicílio, a refeição (0,10%) desacelerou em relação ao mês passado. Os lanches, no entanto, subiram 0,75%, contra O,55% registrado no levantamento anterior.

Outros grupos e regiões
À exceção do grupo Saúde e Cuidados Pessoais (-0,29%), todos os demais registraram alta. Os preços das roupas, por exemplo, subiram 0,94%, em agosto, contra alta de 0,58 em julho. Despesas pessoais também ficaram 0,68% mais caras, contra elevação de 0,36. Além disso, todas as dezesseis áreas do país apresentaram variação positiva nos preços, segundo o IBGE. A maior foi registrada em Goiânia (1,34%). A menor, em Belo Horizonte (0,40%). (Fonte: RBA)